Paróquia São Marcos - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro -----------------------------------------------Reuniões todos os domingos após a missa de 18h

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nossa Senhora de Guadalupe

Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002). 

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. 

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: "Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua "tilma" (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita..."

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531. 

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou:"Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de 'Santa Maria de Guadalupe', embora não tenha explicado o porquê". Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção. 

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva. 

Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação". 

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945. 

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira. 


Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Hoje é dia da Imaculada Conceição - dia Mariano mais importante do ano!


A Imaculada Conceição da Maria Virgem - singular privilégio concedido por Deus, desde toda a eternidade, Àquela que seria Mãe de seu Filho Unigênito - preside a todos os louvores que Lhe rendemos na recitação de seu Pequeno Ofício. Assim, parece-nos oportuno percorrer rapidamente a história dessa "piedosa crença" que atravessou os séculos, até encontrar, nas infalíveis palavras de Pio IX, sua solene definição dogmática.
Onze séculos de tranqüila aceitação da "piedosa crença"
Imaculada Concei?ao rae 70.............jpg
Imaculada Conceição  -  Igreja da  Or-
dem  Terceira de São  Francisco  da
Penitência, Rio de Janeiro
Os mais antigos Padres da Igreja, amiúde se expressam em termos que traduzem sua crença na absoluta imunidade do pecado, mesmo o original, concedida à Virgem Maria. Assim, por exemplo, São Justino, Santo Irineu, Tertuliano, Firmio, São Cirilo de Jerusalém, Santo Epifânio, Teódoro de Ancira, Sedulio e outros comparam Maria Santíssima com Eva antes do pecado. Santo Efrém, insigne devoto da Virgem, A exalta como tendo sido "sempre, de corpo e de espírito, íntegra e imaculada". Para Santo Hipólito Ela é um"tabernáculo isento de toda corrupção". Orígenes A aclama"imaculada entre imaculadas, nunca afetada pela peçonha da serpente". Por Santo Ambrósio é Ela declarada "vaso celeste, incorrupta, virgem imune por graça de toda mancha de pecado". Santo Agostinho afirma, disputando contra Pelágio, que todos os justos conheceram o pecado,"menos a Santa Virgem Maria, a qual, pela honra do Senhor, não quero que entre nunca em questão quando se trate de pecados".
Cedo começou a Igreja - com primazia da Oriental - a comemorar em suas funções litúrgicas a imaculada conceição de Maria. Passaglia, no seu De Inmaculato Deiparae Conceptu, crê que a princípios do Século V já se celebrava a festa da Conceição de Maria (com o nome de Conceição de Sant'Ana) no Patriarcado de Jerusalém. O documento fidedigno mais antigo é o cânon de dita festa, composto por Santo André de Creta, monge do mosteiro de São Sabas, próximo a Jerusalém, o qual escreveu seus hinos litúrgicos na segunda metade do século VII.

Tampouco faltam autorizadíssimos testemunhos dos Padres da Igreja, reunidos em Concílio, para provar que já no século VII era comum e recebida por tradição a piedosa crença, isto é, a devoção dos fiéis ao grande privilégio de Maria (Concílio de Latrão, em 649, e Concílio Constantinopolitano III, em 680).

Em Espanha, que se gloria de ter recebido com a fé o conhecimento deste mistério, comemora-se sua festa desde o século VII. Duzentos anos depois, esta solenidade aparece inscrita nos calendários da Irlanda, sob o título de "Conceição de Maria".

Também no século IX era já celebrada em Nápoles e Sicílias, segundo consta do calendário gravado em mármore e editado por Mazzocchi em 1744.

Em tempos do Imperador Basílio II (976-1025), a festa da "Conceição de Sant'Ana" passou a figurar no calendário oficial da Igreja e do Estado, no Império Bizantino.

No século XI parece que a comemoração da Imaculada estava estabelecida na Inglaterra, e, pela mesma época, foi recebida em França. Por uma escritura de doação de Hugo de Summo, consta que era festejada na Lombardia (Itália) em 1047. Certo é também que em fins do século XI, ou princípios do XII, celebrava-se em todo o antigo Reino de Navarra.
Séculos XII-XIII: Oposições

No mesmo século XII começou a ser combatido, no Ocidente, este grande privilégio de Maria Santíssima.

Tal oposição haveria ainda de ser mais acentuada e mais precisa na centúria seguinte, no período clássico da escolástica. Entre os que puseram em dúvida a Imaculada Conceição, pela pouca exatidão de idéias à matéria encontram-se doutos e virtuosos varões, como, por exemplo, São Bernardo, São Boaventura, Santo Alberto Magno e o angélico São Tomás de Aquino.
Século XIV: Escoto e a reação a favor do dogma

O combate a esta augusta prerrogativa da Virgem não fez senão acrisolar o ânimo de seus partidários. Assim, o século XIV se inicia com uma grande reação a favor da Imaculada, na qual se destacou, como um de seus mais ardorosos defensores, o beato espanhol Raimundo Lulio.

Outro dos primeiros e mais denodados campeões da Imaculada Conceição foi o venerável João Duns Escoto (seu país é natal é incerto: Escócia, Inglaterra ou Irlanda; morreu em 1308), glória da Ordem dos Menores Franciscanos, o qual, depois de bem fixar os verdadeiros termos da questão, estabeleceu com admirável clareza os sólidos fundamentos para desvanecer as dificuldades que os contrários opunham à singular prerrogativa mariana.

Sobre o impulso dado por Escoto à causa da Imaculada Conceição, existe uma tocante legenda. Teria ele vindo de Oxford a Paris, precisamente para fazer triunfar o imaculatismo. Na Universidade da Sorbonne, em 1308, sustentou uma pública e solene disputa em favor do privilégio da Virgem.

No dia dessa grande ato, Escoto, quando chegou ao local da discussão, prosternou-se diante de uma imagem de Nossa Senhora que se encontrava em sua passagem, e lhe dirigiu esta prece: "Dignare me laudare te, Virgo sacrata: da mihi virtutem contra hostes tuos". A Virgem, para mostrar seu contentamento com esta atitude inclinou a cabeça - postura que, a partir de então, Ela teria conservado...

Depois de Escoto, a solução teológica das dificuldades levantadas contra a Imaculada Conceição se tornou casa dia mais clara e perfeita, com o que seus defensores se multiplicaram prodigiosamente. Em seu favor escreveram inúmeros filhos de São Francisco, entre os quais se podem contar os franceses Aureolo (m. em 1320) e Mayron (m. em 1325), o escocês Bassolis e o espanhol Guillermo Rubión. Acredita-se que esses ardorosos propagandistas do santo mistério estejam na origem de sua celebração em Portugal, nos primórdios do século XIV.

O documento mais antigo da instituição da festa da Imaculada nesse país é um decreto do Bispo de Coimbra, D. Raimundo Evrard, datado de 17 de Outubro de 1320. A par dos doutores franciscanos, cumpre ainda mencionar, entre os defensores da Imaculada Conceição nos séculos XIV-XV, o carmelita João Bacon (m. em 1340), o agostiniano Tomás de Estrasburgo, Dionísio, o Cartuxo (m. em 1471), Gerson (m. em 1429), Nicolau de Cusa (m. em 1464) e outros muitos esclarecidos teólogos pertencentes a diversas escolas e nações.

Séculos XV-XVI: acirradas disputas

Em meados do século XV, a Imaculada Conceição foi objeto de renhido combate durante o Concílio de Basiléia, resultando num decreto de definição sem valor dogmático, posto que este sínodo perdeu a legitimidade ao se desligar do Papa.

Entretanto, crescia cada dia mais o número das cidades, nações e colégios que celebravam oficialmente a festa da
Imaculada Concei?ao Rae 84....................jpg
     Nossa Senhora da Conceição - Museu do Aleijadinho
                                  Ouro Preto (Brasil)
Imaculada. E com tal fervor, que nas cortes da Catalunha, reunidas em Barcelona entre 1454 e 1458, decretou-se pena de perpétuo desterro para quem combatesse o santo privilégio.

O autêntico Magistério da Igreja não tardou a dar satisfação aos defensores do dogma e da festa. Pela bula Cum proeexcelsa, de 27 de Fevereiro de 1477, o Papa Sixto IV aprovou a festa da Conceição de Maria, enriqueceu-a de indulgências semelhantes às festas do Santíssimo Sacramento e autorizou ofício e missa especial para essa solenidade.

Pelos fins do século XV, porém, a disputa em torno da Imaculada Conceição de tal maneira acirrou os ânimos dos contendores, que o mesmo Papa Sixto IV se viu obrigado a publicar, em data de 4 de setembro de 1483, a Constituição Grave Nimis, proibindo sob pena de excomunhão que os de uma parte chamassem hereges aos da outra.

Por essa época, festejavam a Imaculada célebres universidades, como as de Oxford, de Cambridge e a de Paris, a qual, em 1497, instituiu para todos os seus doutores o juramento e o voto de defender perpetuamente o mistério da Imaculada Conceição, excluindo de seus quadros quem não os fizesse. De modo semelhante procederam as universidades de Colônia (em 1499), de Magúncia (em 1501) e a de Valência (em 1530).

No Concílio de Trento (1545-1563) se ofereceu nova ocasião para denodado combate entre os dois partidos. Sem proferir uma definição dogmática da Imaculada Conceição, esta ssembléia confirmou de modo solene as decisões de Sixto IV. A 15 de Junho de 1546, na sessão V, em seguida aos cânones sobre o pecado original, acrescentaram-se estas significativas palavras: "O sagrado Concílio declara que não é sua intenção compreender neste decreto, que trata do pecado original, a Bem-aventurada e imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, mas que devem observar-se as constituições do Papa Sixto IV, de feliz memória, sob as penas que nelas se cominam e que este Concílio renova".

Por esse tempo, começaram a reforçar as fileiras dos defensores da Imaculada Conceição os teólogos da recém-fundada Companhia de Jesus, entre os quais não se achou um só de opinião contrária. Aliás, pelos primeiros missionários jesuítas no Brasil temos notícia de que, já em 1554, celebrava-se o singular privilégio mariano em nosso País. Além da festa comemorada no dia 8 de Dezembro, capelas, ermidas e igrejas eram edificadas sob o título de Nossa Senhora da Conceição.

Entretanto, a piedosa crença ainda suscitava polêmicas, coibidas pela intervenção do Sumo Pontífice. Assim, em outubro de 1567, São Pio V, condenando uma proposição de Bayo que afirmava ter morrido Nossa Senhora em conseqüência do pecado herdado de Adão, proibiu novamente a disputa acerca do augusto privilégio da Virgem.
Séculos XVII e seguintes: consolidação da "piedosa crença"

No século XVII, o culto da Imaculada Conceição conquista Portugal inteiro, desde os reis e os teólogos até os mais humildes filhos do povo. A 9 de Dezembro de 1617, a Universidade de Coimbra, reunida em claustro pleno, resolve escrever ao Papa manifestando-lhe a sua crença na imaculabilidade de Maria.

Naquele mesmo ano, Paulo V, decretou que ninguém se atrevesse a ensinar publicamente que Maria Santíssima teve pecado original. Semelhante foi a atitude de Gregório XV, em 1622.

Por essa época, a Universidade de Granada se obrigou a defender a Imaculada Conceição comvoto de sangue, quer dizer, comprometendo-se a dar a vida e derramar o sangue, se necessário fosse, na defesa deste mistério. Magnífico exemplo que foi imitado, sucessivamente, por grande número de cabidos, cidades, reinos e ordens militares.

A partir do século XVII também foram se multiplicando as corporações e sociedades, tanto religiosas como civis, e até mesmo estados, que adotaram por padroeira à Virgem no mistéiro de sua Imaculada Conceição.

Digna de particular referência é a iniciativa de D. João IV, Rei de Portugal, proclamando Nossa Senhora da Conceição padroeira de seus "Reinos e Senhorios", ao mesmo tempo que jura defendê-La até à morte, segundo se lê na provisão régia de 25 de março de 1646. A partir deste momento, em homenagem à sua Imaculada Soberana, nunca mais os reis portugueses puseram a coroa na cabeça.

Em 1648, aquele mesmo Monarca mandou cunhar moedas de outro e prata. Foi com estas que se pagou o primeiro feudo a Nossa Senhora. Com o nome de Conceição, tais moedas tinham no anverso a legenda: JOANNES IIII, D. G. PORTUGALIAE ET ALBARBIAE REX, a Cruz de Cristo e as armas lusitanas. No reverso: a imagem da Senhora da Conceição sobre o globo e a meia lua, com a data de 1648 e, nos lados, o sol, o espelho, o horto, a casa de ouro, a fonte selada e a Arca da Aliança, símbolos bíblicos da Santíssima Virgem.

Outro decreto de D. João IV, assinado em 30 de junho de 1654, ordenava que "em todas as portas e entradas das cidades, vilas e lugares de seus Reinos", fosse colocada uma lápide cuja inscrição exprimisse a fé do povo português na imaculada Conceição de Maria.

Igualmente a partir do século XVII imperadores, reis e as cortes dos reinos começaram a pedir com admirável constância, e com uma insistência de que há poucos exemplos na História, adeclaração dogmática da Imaculada Conceição.

Pediram-na a Urbano VIII (m. em 1644) o Imperador Fernando II da Áustria; Segismundo, Rei da Polônia; Leopoldo, Arquiduque do Tirol; o eleitor de Magúncia; Ernesto de Baviera, eleitor de Colônia.

O mesmo Urbano VIII a pedidos do Duque de Mântua e de outros príncipes, criou a ordem militar dos Cavaleiros da Imaculada Conceição, aprovando ao mesmo tempo seus estatutos. Por devoção à Virgem Imaculada, quis ele ser o primeiro a celebrar o augusto Sacrifício na primeira igreja edificada em Roma sob o título da Imaculada, para uso dos menores capuchinhos de São Francisco.

Porém, o ato mais importante emanado da Santa Sé, no século XVII, em favor da Imaculada Conceição, foi a bula Sollicitude omnium Ecclesiarum, do Papa Alexandre VII, em 1661. Neste documento, escrito de sua própria mão, o Pontífice renova e ratifica as constituições em favor de Maria Imaculada, ao mesmo tempo que impõe gravíssimas penas a quem sustentar e ensinar opinião contrária aos ditos decretos e constituições. Esta bula memorável precede diretamente, sem outro decreto intermediário, a bula decisiva de Pio IX.

Em 1713, Felipe V de Espanha e as Cortes de Aragão e Castela pediram a solene definição a Clemente XI. E o mesmo Rei, com quase todos os Bispos espanhóis, as universidades e Ordens religiosas, a solicitaram a Clemente XII, em 1732.

No pontificado de Gregório XVI, e nos primeiros anos de Pio IX, elevaram-se à Sé Apostólica mais de 220 petições de Cardeais, Arcebispos e Bispos (sem contar as dos cabidos e ordens religiosas) para que se fizesse a definição dogmática.
O triunfo da Imaculada Conceição

Enfim, chegado era o tempo. Em 2 de fevereorp de 1849, Pio IX, desterrado em Gaeta, escreveu a todos os Patriarcas Primazes, Arcebispos e Bispos do orbe a Encíclica Ubi primum, questionando-lhes acerca da devoção de seu clero e de seus povos ao mistério da Imaculada Conceição, e seu desejo de vê-lo definido.
B_P?o_IX..........jpg
 Beato Pio IX, o Papa que proclamou a 8 de Dezembro
 de 1854, o dogma da Imaculada Conceição
De um total de 750 Cardeais, Bispos e vigários apostólicos que em seu seio contava então a Igreja, mais de 600 responderam ao Sumo Pontífice. Levando-se em conta as dioceses que estariam vacantes, os prelados enfermos e as respostas perdidas, pode-se dizer que todos atenderam à solicitação do Papa, manifestando unanimemente que a fé de seu povo era completamente favorável à Imaculada Conceição, e apenas cinco se diziam duvidosos quanto à oportunidade de uma declaração dogmática.

Afirmara-se a crença universal da Igreja. Roma iria falar, a causa estava julgada.

Agora - são palavras de uma testemunha da bela festa de 8 de dezembro de 1854 - transportemo-nos ao augusto templo do Chefe dos Apóstolos (Basílica de São Pedro de Roma). Nas suas amplas naves se comprime e se confunde uma imensa multidão impaciente, porém recolhida. É hoje em Roma, como outrora em Éfeso: as celebrações de Maria são em toda a parte populares. Os romanos se aprestam a receber a definição da Imaculada Conceição, como os efesianos acolheram a da maternidade divina de Maria: com cânticos de júbilo e manifestações do mais vivo entusiasmo.

Eis no limiar da Basílica o Soberano Pontífice. Circundam-no 54 Cardeais, 42 Arcebispos e 98 Bispos dos quatro cantos do orbe cristão, duas vezes mais vasto que o antifo mundo romano. Os Anjos da Igrejas estão presentes como testemunhas de fé de seus povos na Imaculada Conceição. Subitamente, irrompem as vozes em tocantes e reiteradas aclamações. O cortejo dos Bispos atravessa lentamente o longo corredor do Altar da Confissão. Sobre a cátedra de São Pedro está sentado seu 258º sucessor.

Iniciam-se os santos mistérios. Logo o Evangelho é anunciado e cantado nas diversas línguas do Oriente e do Ocidente. Eis o solene momento marcado para o decreto pontifício. Um Cardeal carregado de anos e de méritos, aproxima-se do trono: é o decano do Sacro Colégio; feliz está ele, como outrora o velho Simeão, por ver o dia da glória de Maria ... Em nome de toda a Igreja, dirige ele ao Vigário de Cristo uma derradeira postulação.

O Papa, os Bispos e toda a grande assembléia caem de joelhos; a invocação ao Espírito Santo se faz ouvir; o sublime hino é repetido por cinqüenta mil vozes ao mesmo tempo, subindo aos Céus como imenso concerto.

Cessado o cântico, ergue-se o Pontífice sobre a cátedra de São Pedro; sua face é iluminada por celeste raio, visível efusão do Espírito de Deus; e de uma voz profundamente emocionada, em meio às lágrimas de alegria, pronuncia ele as solenes palavras que colocam a Imaculada Conceição de Maria no número dos artigos de nossa fé:

"Declaramos - disse ele -, pronunciamos e definimos que a doutrina de que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeira instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de culpa original, essa doutrina foi revelada por Deus, e deve ser, portanto, firme e constantemente crida por todos os fiéis".
O Cardeal decano, prostrado segunda vez aos pés do Pontífice, suplicou-lhe então que a publicase as cartas apostólicas contendo a definição. E como promotor da fé, acompanhado dos protonotários apostólicos, pediu também que se lavrasse um processo verbal desse grande ato. Ao mesmo tempo, o canhão do Castelo de Santo Angêlo e todos os sinos da Cidade Eterna anunciavam a glorificação da Virgem Imaculada.

À noite, Roma, cheia de ruidosas e alegres orquestrazs embandeirada, iluminada, coroada de inscrições e de emblemas, foi imitada por milhares de vilas e cidades em toda a superfície do globo.

O ano seguinte pode ser chamado o Ano da Imaculada Conceição: quase todos os dias foram assinalados por destas em honra da Santíssima Virgem.

Em 1904, São Pio X celebrou, juntamente com toda a Igreja Universal, com grande solenidade e regozijo, o cinqüentenário da definição do dogma da Imaculada Conceição.

O Papa Pio XII, por sua vez, em 1954 comemorou o primeiro centenário dessa gloriosa verdade de fé, decretanto o Ano Santo Mariano. Celebração esta coroada pela Encíclica Ad Coeli Reginam,na qual o mesmo Pontífice proclama a soberania da Santíssima Virgem, e estabelece a festa anual de Nossa Senhora Rainha.

(CLÁ DIAS, JOÃO. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado. Artpress. São Paulo, 1997, pp. 494 à 502)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Santos das Fileiras Marianas

23 de novembro. Beato Miguel Agustín Pro,
jesuíta mártir mexicano (Ano 1927).

Padre Pro é um santo do século XX. Ele morreu em 1927, e foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1988. Nascido em Guadalupe, no México em 13 de janeiro de 1891.

Criança muito intoxicada para comer alguma fruta estava perto da morte. Sua mãe o levou para a imagem da Santa. Virgem e confiou com toda sua fé, e a criança milagrosamente foi curada.

Quando jovem, era extremamente exigente. Mas também muito alegre, trabalhador e otimista. . Um dia ele ouve a mãe chorar angustiada: "Oh meu Deus, isso se torna o meu filho." E o bom garoto que amava a mãe imensamente , dá-lhe um abraço e disse: "Mãe, o meu nome do meio é Agostinho e Santo Agostinho foi um grande convertido. Vai ver que eu estou indo para me converter." E a partir desse dia o seu comportamento melhorou dramaticamente.

Ela ama música e declamação. Com seus irmãos e irmãs (são seis no total) organizou uma pequena orquestra e divertia as reuniões de bairro.

Seu pai era dono de uma mina, e Miguel ia para conversar com os mineiros para conhecer os problemas dos pobres. Tomando assim o caminho dos necessitados.

Ao ouvir os seus discursos um aluno do turno da noite para idosos diz: "Este realmente serve para padre pregador."

Ele gostava de estudar e ajudava o pai na administração da empresa, mas continuava seus estudos regularmente.

Aos vinte anos ele sente um grande vazio: precisa de alguém para guiar-me espiritualmente. Ele percebe que ele só não vai ser capaz de acertar no caminho da perfeição e da santidade. Felizmente, um padre jesuíta convida você para uma coexistência de três dias, e não há paz e luzes espirituais.

Um dia, ele tem um grave acidente durante a passagem de nível seu pé esquerdo ficou preso entre os trilhos e um trem estava vindo. Chama a SMA. Virgem e consegue retirar o pé, precisamente quando o trem está vindo. Então oferece em ação de graças à Virgem Maria o sacrifício de não lidar com as meninas por um ano.

De seu encontro com os jesuítas, Miguel mudou totalmente. Meditador é agora menos superficial. Sua irmã era uma freira e com ele também vai sentir grande grande apelo ao entrar em uma comunidade. Os jesuítas aceito para ano de noviciado de preparação para entrar na congregação.

Em 1911 ele vai para o noviciado jesuíta. Por sua alma tão inquieta, e da severidade do noviciado é extremamente duro novamente. O Padre Mestre de Noviços o convidou para resistir por seis meses, e depois de tudo o que ele fez, e fez com toda a sua alma, estava plenamente comprometido com a oração, meditação e boas leituras e se torna um novato muito alegre e amigável, mas também muito piedoso e cumpridor com os seus deveres.

Em 1913, faz seus votos 3 juramentos de pobreza, castidade e obediência e é admitido como um jesuíta.

Este ano de 1913 uma revolução eclodiu no México e o pai de Agostinho perde sua propriedade que passou para as mãos da guerrilha. O noviciado jesuíta é invadido ele tem que fugir. Miguel viaja disfarçado como um charro e entre campos de milho e montanhas atravessa a Guadalajara. Os superiores vendo o perigo para jovens noviços os enviam aos Estados Unidos para continuar seus estudos. Mas não saber Inglês traz um monte de problemas e, em seguida, vão para a Espanha, um país neutro durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Aproveitando-se de suas qualidades naturais, Miguel faz um palhaço, ator, malabarista, e cartunista, e assim muito perturbador para os outros e até mesmo para os superiores, naqueles anos terríveis de aflição mundial. Vem a terrível gripe asiática em 1917, levando para o túmulo a milhares e milhares de pessoas, e em seguida, Michael vai a salões onde montes de pacientes com febre e muito deliciosamente distraída com suas performances cômicas. Os pacientes freqüentemente pediam para enviar o jovem seminarista para distrair as horas monótonas de sua doença.

Aos domingos e feriados indo para as favelas para ensinar o catecismo às crianças e muito encarecer essas pessoas abandonadas.

Os jesuítas o enviam à Bélgica para ver como os sacerdotes lidavam com os trabalhadores, e depois para Paris para aprender os ministérios sociais da Igreja. Então é encaminhado a  ser mais e mais atuante com o apostolado entre os pobres.

Passava noites sem dormir por causa de uma forte dor no estômago. Só rezando. Finalmente eles descobrem que ela é uma úlcera e o operaram. Reintegrado foi ordenado sacerdote em 1925 e enviado de volta à sua terra natal no México, onde a perseguição da Igreja Católica é terrível.

Vai ao país disfarçado de comerciante e fazendeiro no passaporte e não percebem que era um padre e o deixam ir.

Presidente Calles prometeu acabar com a religião católica e proíbe qualquer atividade em nome da religião.

Católicos se unem e defendem a igreja. Nomeado capelão Padre Pro  e fundou a "Liga para a defesa da religião" com 150 jovens sob a direção do jovem sacerdote começam percorrer as ruas distribuindo panfletos contra leis anti-religiosos e de resistência pacífica convidativa. Eles recolhem ajuda e levar as famílias cujas cabeças foram enviados para a prisão por serem católicos.

Pro vai indo de casa em casa para a celebração da Eucaristia, disfarçado de vendedor ou médico, etc. Viajando de bicicleta como um mensageiro e organiza um grupo de 400 catequistas de ensinar religião. Os mais de 10 mil policiais conseguem captar sua rede de evangelização.

Um dia Padre Pro pega um táxi e percebe que a polícia está a seguir. Ele diz ao motorista: "Siga viajando lentamente Mas não pare Eu jogarei do carro em movimento..." E salta para o pavimento, e como um bêbado sai andando de lado a lado na rua. A polícia a acredita que ele é um bêbado, passa em frente, dizendo: ". Isso não pode ser padre"

Em outro dia, em uma farmácia ao ver que a polícia estava em sua busca da o braço a uma senhora como um casal de namorados até estar longe de lá sem que a polícia possa suspeitar que este era o sacerdote que estavam procurando.

Na perseguição na Cidade do México tinha um curso de retiro de três dias a um grande número de funcionários e policiais acreditavam que era o famoso Padre Pro disfarçado de mecanico ia dar palestras e workshops sobre religião para trabalhadores, e vestidos na última moda chegou às casas dos ricos para dar palestras sobre religião para senhoras ricas reunidas.

Suas grandes devoções são a Eucaristia, o Espírito Santo e a Santíssima. Virgem. Celebrava a missa com grande devoção, mas sempre em segredo, porque o governo proibiu a celebração católica. Dava a comunhão aos católicos que estavam presos, levando presentes para os guardas da prisão.

Quanto ao Espírito Santo, exclama: "Para a minha pouca instrução deveria dizer preto e branco dizer em minhas palestras, porque eu confio do Espírito Divino e ilumina-me o que eu sempre digo." Quanto à SMA. Virgem sentiu afeição por seu filho uma boa a melhor das mães e Mãe de Deus o salvou e salvou muitas vezes de sua vida, pois os perigos eram de cada dia e cada hora.

Finalmente Calles Presidente ao saber que o grande movimento católico teve como tema "Viva Cristo Rei" (e é por isso que foi chamado de Cristorreyeros) teve Padre Pro como diretor-chefe, mandou colocar na cadeia, que supostamente foi inventado revolucionário responsável por ataques (sendo que nunca nosso santo apoiou qualquer ação violenta contra o governo. Sua irmã disse-lhe:. "Eu rezo para Calles presidente com o carinho com que peço para a minha mãe").

Ele foi levado para a cadeia e lá foi sentenciado a morte. Antes de ser baleado foi dito para apresentar o seu último desejo: "Eu quero que você me deixe alguns momentos para rezar e confiar ao Senhor". E no momento em que iam atirar abriu os braços e gritou: "Viva Cristo Rei". E ele morreu como um mártir para defender a religião Católica. Foi em 23 de novembro de 1927.

Quando o presidente Calles estava morrendo sentiu que uma multidão desfilava na frente de seu quarto. Perguntou o atendente o que era, e o outro respondeu:. "Há milhares e milhares de católicos que cantam e desfilam, rezando e gritando" Viva Cristo Rei "E o caçador exclamou tristemente: Vencemos e morreu!.

O sangue dos mártires é semente de cristãos antigos disse. Padre Pro ao derramarem o seu sangue para defender a religião de Cristo e agora no México o catolicismo é a religião da maioria e está progredindo admiravelmente com a bênção de Deus.

Padre Pro encoraja: oremos por todos os que se espalham a religião no mundo. Eles gastam todas as suas energias em fazer amor e saber sempre mais e mais a Cristo Jesus.

Se estes e aqueles poderiam alcançar a santidade, por que não posso me também? (Santo Agostinho).

Oração:  Veneravel Padre Pro, você sabia viver a sua vocação nas circunstâncias mais difíceis, nos ajude com suas orações para sermos católicos corajosos e não ceder às tentações deste mundo. Que a nossa vida, como a sua, muito fruto para a glória de Deus eo bem das almas. Amém

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÂO

    A memória da apresentação da Virgem Maria é celebrada no dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Deus, sua apresentação no Templo por seus pais Joaquim e Ana. Nenhum livro da Sagrada Escritura relata este acontecimento, sendo fartamente tratado nas escrituras apócrifas, que não são reconhecidas como inspiradas. Segundo esses apócrifos, a apresentação de Maria foi muito solene. Tanto no momento de sua oferta como durante o tempo de sua permanência no Templo verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais, foi conduzida ao Templo aos três anos, acompanhada por um grande número de meninas hebréias que seguravam tochas acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos.

    Para subir ao Templo havia 15 degraus, que Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que Maria no Templo se alimentava com uma comida extraordinária trazida diretamente pelos anjos e que ela não residia com as outras meninas. Segundo a mesma tradição apócrifa ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas para desposar São José, pois durante este período havia perdido seus pais.


   Na realidade a apresentação de Maria deve ter sido muito modesta e ao mesmo temo mais gloriosa. Foi de fato através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria preparou o seu corpo, mas sobretudo a sua alma, para receber o Filho de Deus, realizando em si mesma a palavra de Cristo:

"Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática".



    Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é celebrada desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo , ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no século XIV pelo papa Gregório XI, a pedido do embaixador de Chipre junto à Santa Sé. A cidade de Avinhão, na França, residência dos papas naquela época, teve a glória de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade em 1732.

    Desde então este episódio da vida de Maria Santíssima começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas, surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação.



Oração à Nossa Senhora da Apresentação


Minha boa Mãe do Céu,
Nossa Senhora da Apresentação
que, aos três anos subistes
as escadarias do Templo
para vos consagrardes inteiramente a Deus,
praticando assim o ato de religião
o mais agradável ao Senhor,
seja-vos também agradável,
a nossa homenagem,
a nossa consagração.
Consagrastes ao Senhor,
ó Rainha do Céu,
o vosso espírito e vosso coração,
em flor de infância,
o vosso corpo e todas as potências do vosso ser
pelo sacrifício total,
o mais generoso e desinteressado,
pela mais solene imolação
que o mundo já viu,
antes da imolação do Calvário.
Nós, aqui na terra de exílio,
unimos aos espíritos celestes
que assistiram a esta augura cerimônia
que é como prelúdio de todas as vossas festas
e com eles e todos os santos
cantamos as glórias
da vossa Apresentação benditíssima.
Amém.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Hino das CCMM em novela da Globo

É antigo mas é legal para recordar... e quem não viu, assistir!
(podem dar pause no player do hino lá em baixo)


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Santos das Fileiras Marianas


“Cresça, Senhor, a vossa palavra nas terras onde os vossos mártires a semearam e multiplique-se em frutos de justiça e de paz”.
Hoje é festa litúrgica dos mártires São Roque González, Santo Afonso Rodrigues e São João de Castillo (os Mártires das Missões), presbíteros e padroeiros da Província do Brasil Meridional e da Cúria Provincial BRM. Para recordar Os Santos Mártires Roque, Afonso e João foram os primeiros evangelizadores nas terras do Sul do Brasil. Estes três sacerdotes exerceram o seu trabalho missionário junto aos índios Guaranis, no noroeste do Rio Grande do Sul. P. Roque Gonzales era filho de uma família de alta posição social de Assunção, Paraguai. Os padres Afonso Rodrigues e João de Castilho vieram como missionários da Espanha. Depois de fundar numerosas comunidades cristãs, chamadas Reduções, entre os índios no Paraguai e região missioneira da Argentina, entraram em terras do atual Rio Grande do Sul, onde a 3 de maio de 1626 celebraram a primeira missa em terras gaúchas, na localidade de São Nicolau. Depois de dois anos e meio de intenso trabalho missionário, fundando cinco comunidades, ou reduções, foram mortos por um grupo de índios rebeldes à evangelização, liderados pelo cacique-pagé Nheçu. P. Roque Gonzales e P. Afonso Rodrigues foram mortos na recém fundada redução de Caaró, no dia 15 de novembro de 1628, e o P. João del Castilho dois dias mais tarde, em Assunção do Ijuí. Um índio ainda catecúmeno que se opôs aos assassinos também foi trucidado junto aos missionários em Caaró: é Cacique Adauto, que um dia talvez poderá ter seu nome acrescentado aos destes mártires canonizados. Em Caaró, município de Caibaté, se encontra o principal Santuário de veneração dos Santos Mártires, visitado permanentemente por caravanas de romeiros. Ali se realiza cada ano uma grande romaria, no 3º domingo de novembro. Aos 28 de janeiro de 1934 o Papa Pio XI beatificou os Missionários Mártires, e aos 16 de maio de 1988, em visita ao Paraguai, em Assunção, o Papa João Paulo II os canonizou, isto é, declarou-os Santos!
A surpreendente história do Caaró
A história das Missões é, sem dúvida nenhuma, surpreendente. Uma das mais intrigantes é o coração do Padre Roque Gonzales que é mantido há quase 400 anos sem nenhum conservante ou produto químico. Para entender um pouco mais essa história vamos fazer um breve resumo:
A região que hoje compreende o Rio Grande do Sul foi habitada há milênios, principalmente, por grupos guaranis, gês e charruas. A partir do ano de 1626, com a presença do padre jesuíta Roque Gonzales e de outros que o seguiram, foram fundados povoados jesuíticos-guaranis no que foi considerado o 1º Ciclo Jesuítico. Padre Roque Gonzales, filho de nobre família paraguaia, fundou os 4 primeiros deses povoados, quando criava o 5º povoado que seria em homenagem “Todos os Santos do Caaró” foi morto. Junto com ele estava o Padre Afonso Rodrigues que também tombou. Os padres foram mortos a mando de Cacique Nheçu, que não aceitava a presença dos “homens de preto” na região.
Os padres foram esquartejados e colocados dentro da rústica igreja do povoado onde foi ateado fogo. Os revoltosos seguiram em direção a outro povoado onde mataram o Padre Jesuíta João de Castillos.
No dia seguinte voltaram ao local onde estavam os corpos dos dois primeiros padres mortos e tiveram uma grande surpresa ao verem em meio as cinzas e brasas um coração intacto, do qual saiu uma voz dizendo: “Matastes a quem vos amava e queria bem; porém somente o meu corpo, pois minha alma está no céu. E não tardará o castigo, porque virão meus filhos para punir-vos por terdes maltratado a imagem da Mãe de Deus. Mas eu voltarei para vos ajudar, porque muitos trabalhos vos hão de sobrevir por causa de minha morte.” Atravessaram um flecha no coração de Padre Roque e atearam fogo novamente na capela.
Dois dias depois os rebeldes já estavam em outro povoado onde mataram o Padre João de Castillos, arrastado por quilômetros em meio à mata.   Mais alguns dias iniciou-se uma batalha entre índios cristãos e os que não aceitavam o cristianismo. Os revoltosos que não foram mortos em batalha converteram-se.
Os restos dos Padres, inclusive o coração de Pe. Roque, foram recolhidos e levados para Concepcion, povoado criado em território que hoje pertence a Argentina, onde ficou por muitos anos.
Quando os restos mortais dos 3 padres foram transladados para Assuncion verificaram que o coração mantinha-se intacto e a partir de então começou-se o processo de beatificação dos Santos Mártires do Caaró, o que acontece em 1934. Finalmente, em 1988, o Papa João Paulo II reconhece Padre Roque Gonzales, Pe. Afonso Rodrigues e Pe. Juan de Castillos como santos da igreja Católica.
No local que foi reconhecido como o local original da redução, foi erguido um Santuário – Santuário do Caaró – e desde as primeiras décadas do século XX acontece a procissão ao Santuário do Caaró reunindo milhares de pessoas da região missioneira.
O Santuário do Caaró fica há alguns quilômetros do Sítio Arqueológico de São Lourenço Mártir e alguns quilômetros do Sítio Arqueológico de São Miguel.

São Roque Gonzáles, Afonso Rodrigues e João del Castillo, Mártires (de Santa Cruz, Rio Grande do Sul) +1628
Estes três sacerdotes jesuítas de origem espanhola foram martirizados por índios selvagens, atiçados pelos seus pajés, em território que então pertencia à Coroa espanhola e hoje integram o Estado do Rio Grande do Sul.
Os dois primeiros foram chacinados na redução de Caaró e o terceiro o foi poucos dias depois, em localidade não muito distante.
Segundo o depoimento de 53 testemunhas, do coração do Pe. Roque Gonzáles, arrancando de seu peito pelos índios enfurecidos, saía uma voz que dizia: “ Matastes a quem tanto vos amava e queria. Matastes, porém, só o meu corpo, porque minha alma está no Céu!”
Os índios, ouvindo aquela voz, irritados atravessaram o coração com uma flecha e o lançaram ao fogo, mas as chamas milagrosamente o preservou. Esse coração, ainda hoje in tacto, é venerado como relíquia preciosa em Assunção.
Os três sacerdotes eram jesuítas missionários na América do Sul, no tempo da colonização espanhola. Organizavam as missões e reduções implantadas pela Companhia de Jesus entre os índios guaranis do hoje chamado Cone Sul. O objetivo era catequizar os indígenas, ensinando-lhes os princípios cristãos, além de formar núcleos de resistência indígena contra a brutalidade que lhes era praticada pelos colonizadores europeus.
As reduções impediam que eles fossem escravizados, ao mesmo tempo que permitiam manter as suas culturas. Eram alfabetizados através da religião e aprendiam novas técnicas de sobrevivência e os conceitos morais da vida ocidental.
O grande sucesso fez que os colonizadores se unissem aos índios rebeldes, que invadiam e destruíam todas as missões e reduções, matando os ocupantes e pondo fim à rica e histórica experiência.
Roque foi um sacerdote e missionário exemplar. Era de origem paraguaia, filho de colonizadores espanhóis, nascido na capital, Assunção, em 1576. A família fazia parte da nobreza espanhola, o pai era Bartolomeu Gonzales Vilaverde e a mãe era Maria de Santa Cruz, que o educaram na virtude e piedade. Aos quinze anos, decidiu entregar sua vida a serviço de Deus.
Aos vinte e quatro anos de idade ingressou no seminário e, foi ordenado sacerdote. Padre Roque quis trabalhar na formação espiritual dos índios que viviam do outro lado do rio Paraguai, nas fazendas dos colonizadores.
O resultado foi tão frutífero que o bispo de Assunção o nomeou pároco da catedral e depois vigário-geral da diocese. Mas ele renunciou às nomeações para ingressar na Companhia de Jesus, onde vestiu o hábito de missionário jesuíta em 1609. Assim dedicou toda a sua vida a serviço dos índios das regiões dos países do Paraguai, Argentina, Uruguai, Brasil e parte da Bolívia.
Na Redução de Caaró, atualmente pertencente ao Brasil, os martírios ocorreram no dia 15 de novembro de 1628. Após celebrar a missa com os índios, padre Roque estava construindo um pequeno campanário na capela recém-construída, quando os índios rebeldes, a mando do invejoso e feiticeiro Nheçu, atacaram aquela e toda a vizinha Redução de São Nicolau. Mataram todos e incendiaram tudo.
Padre João de Castillo morreu neste local de São Nicolau, enquanto padre Afonso Rodrigues, que ficou na redução de Caaró, morreu junto com padre Roque Gonzáles, esse último com a cabeça golpeada a machado de pedra.
Eles foram beatificados pelo papa Pio XI em 1934 e canonizados pelo papa João Paulo II em 1988, em sua visita à capital do Paraguai.
A festa de são Roque Gonzáles ocorre no dia 17 de novembro.

domingo, 18 de novembro de 2012

O Distintivo da Congregação Mariana


Nosso distintivo foi aprovado no Congresso Mundial das Congregações Marianas realizado em Roma, no período de 08 a 12 de setembro de 1954.
É importante conhecer bem o significado do nosso distintivo:
O hexágono nos levam aos seis dias da criação, e nos remete à perfeição das obras de Deus, que tudo perfaz. Como se sabe desde a matemática grega, o número “6” é um número perfeito, vez que é igual à soma de seus divisores: 6 = 1 + 2 + 3.
Portanto, o símbolo hexagonal significa ao mariano um caminho rumo à santidade, à perfeição do Pai, como nos propõe Jesus: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
O fundo hexagonal azul nos lembra a cor de nossas fitas e de nossas bandeiras, representando a cor do manto de Maria Santíssima.
Sobre o fundo azul um monograma dourado com três letras:
X –Não é o nosso “X”, mas uma letra grega que se escreve como “X” mas se pronuncia como um “CH” aspirado alemão. É a primeira letra do nome de Cristo em grego: Χριστüς (“Kristós” = ungido)
P – Não é a nossa letra “P”, mas uma letra grega que corresponde ao nosso “R”. É a segunda letra do nome Cristo em grego.
Assim, a junção dessas duas letras (“X” e “P”) representa o nome de Cristo. O “X” significando a primeira letra de Cristo, em grego (Χριστüς), ou as letras “CH” de Cristo, em latim (Christus). E o “P” significando a segunda letra de Cristo, em grego, equivalente ao “R” de Cristo em latim.
Há quem proponha, porém, que a letra “P” se trata da primeira letra da palavra Rei em grego, razão pela qual a união das duas letras (“X” e “P”) representaria a expressão Cristo Rei.
M – é a inicial do nome de Maria. Ela se forma a partir da letra “X”, sobreposta ao “P”.
A cor dourada do monograma nos lembra a cor de Cristo Rei.
As letras douradas sobre o fundo azul querem significar ainda que Jesus é o Sol que brilha a partir desse céu azul de ternura, que é Maria.
Assim nosso distintivo funde o nome de Maria com o de Cristo, reproduzindo o nosso lema: Ad Iesum per Mariam, ou seja A Jesus por Maria.
Faz-se necessário observar que, embora as letras que formam o monograma (“X” e “P”) sejam extraídas no nome de Cristo em grego, o lema mariano adotado é “A Jesus por Maria”, e não “A Cristo por Maria”. Não está errado. A opção pela primeira expressão deve-se apenas à reafirmação de que Jesus, o nazareno, filho de Maria, é o Cristo, o Messias, o Emanuel, Deus conosco.
Desenho do distintivo antigo (anterior a 1954)

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Eu apoio!

Congregação Mariana nos EUA

Mais uma prova que as congregações marianas voltam a se espalhar pelo mundo inteiro, as vésperas das comemorações de seus 450 anos.

Quem não quiser praticar o seu ingles, o google translate resolve o problema!

Clique aqui para visitar o site

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Avante, Congregados Marianos!

Texto de Dom Orani aos Congregados Marianos pelo dia Nacional do Congregado Mariano.

Dom Orani João Tempesta - Arcebispo Metropolitano

No terceiro domingo de maio, celebra-se o Dia do Congregado Mariano. Elas existem no Brasil desde 1583, quando a primeira foi fundada no Colégio dos Jesuítas da Bahia pelo Beato José de Anchieta.
Surgidos no seio da Igreja e para o bem da Igreja, é impossível não reconhecer que as Congregações Marianas são frutos do Espírito Santo. Como negar, por exemplo, a grande contribuição nos idos de 1950 desse referido movimento apostólico na formação e evangelização da juventude católica brasileira inserida em um contexto particularmente difícil? Sou testemunha em meus tempos de coroinha, quando acompanhei o trabalho missionário dos marianos nas capelas rurais da paróquia e a alegria com que trabalhavam nessa missão. Depois mais tarde pelas dioceses por onde passei pude constar a presença, participação e espiritualidade marianas dessas pessoas que se tornaram sinais de “Jesus, o centro da história”, seguindo a escola da “Virgem soberana”. Também agora nesta missão carioca constato a luta, o ânimo, a coragem desses irmãos e irmãs que levam adiante com “entusiasmo e alegria a fidelidade por toda a vida”.
Mas enfim, o que são as Congregações Marianas? Onde surgiram? Que missão desenvolvem? É justo que façamos esses questionamentos, sobretudo por que, ao buscarmos suas respostas, poderemos ver a grande obra de Deus que é essa família cristã no seio da Igreja.
Nascidas nos ambientes escolares da Companhia de Jesus, no famoso e conceituado Colégio Romano, as Congregações Marianas eram formadas por jovens que, cheios de santos propósitos, desejavam aprender na escola de Maria o caminho seguro para seguir o Filho. Nela, Maria, “a discípula mais perfeita do Senhor, encontramos a mais perfeita realização da existência Cristã” (DA nº 266). Essa espiritualidade, além de dar uma fisionomia própria aos membros da entidade, também alimenta a espiritualidade e o próprio modo de vida.
Aos poucos, aquele pequeno grupo do Colégio Romano foi tomando corpo, as fileiras do pequeno exército iam se engrossando e, em pouco tempo, outros colégios jesuítas abraçaram o novo jeito de evangelizar a juventude e iam assim formando uma “rede de evangelização”. Uma comunhão de vida com Cristo, partindo de uma espiritualidade fortemente mariana, fincada no amor filial ao Magistério da Igreja, eram as colunas e o alicerce que sustentariam aquela obra até os nossos dias.
Recordando o Evangelho, somos chamados a trazer diante de nossos olhos aquela cena em que Jesus afirma ser possível conhecer a árvore pelos seus frutos. (Mt 17,7) Sendo assim, os primeiros frutos daquela “pequena árvore” plantada nos jardins do Colégio Romano já apontavam para o tipo de “qualidade” do referido movimento. Por essa razão, não demorou muito para que esses frutos se tornassem visíveis, a ponto de levar o Papa Gregório VIII a conceder a essa família religiosa uma personalidade jurídica canônica, que lhes permitiu sair do anonimato, e deu-lhe reconhecido prestígio no meio eclesial. Com esse gesto, os Congregados Marianos deixaram definitivamente os muros das Escolas Jesuíticas romanas e se lançaram no mundo.
Em solo brasileiro, as Congregações Marianas foram se estabelecendo juntamente com os Colégios Jesuítas, que, desde o Período Colonial, desenvolvem precioso serviço à formação intelectual e cristã de nosso povo. Porém, com a expulsão dos Jesuítas do Brasil, fruto do sentimento laicista do Marquês de Pombal, as referidas Congregações se enfraqueceram e desapareceram. Quase cem anos depois, ressurge em São Paulo, e mais uma vez, de uma maneira providencial, rapidamente outros grupos vão surgindo. Isso se deu em 31 de maio de 1870, quando em Itu surgiu a primeira Congregação Mariana dos novos tempos. Em 1935 o Brasil passou a ser o líder mundial no crescimento das Congregações Marianas.
Uma coisa chama a nossa atenção. Após o seu ressurgimento nessa Terra de Santa Cruz, as Congregações Marianas deixaram de ser movimentos exclusivamente dos ambientes escolares e jesuíticos, chegando assim a outros ambientes, tais como paróquias, ambientes de trabalho etc. Sem dúvida essas “inovações” são sinais de que o Espírito Santo não só cria, mas cuida e sustenta. Após as mudanças de 1967, quando foram criadas as Comunidades de Vida Cristã (CVX), as Congregações Marianas foram remodeladas e passaram a ser uma Associação Pública de Fiéis de Âmbito Nacional, e, em 1993 foram aprovadas pela CNBB, a pedido do então assistente nacional, o meu predecessor na Sé do Rio de Janeiro, o Cardeal D. Eugênio Araújo Sales.
Estando no mundo, as Congregações Marianas precisam e devem se relacionar com ele. É ele, o mundo, o campo de atuação daqueles que aprenderam de Nossa Senhora também o seu “ser missionária”, sobretudo, diante da grande sede de Deus que experimenta o nosso povo. “Maria é a grande missionária, continuadora da missão de Jesus e formadora de missionários” (DA nº269). Aliás, é preciso sempre renovar o compromisso de olhar o mundo e comprometer-se com ele à luz dos critérios do Reino. A atualidade dessa espiritualidade é importante para o mundo atual, e sua regra de vida conduz a pessoa na Escola da Santidade.
Como é ação do Espírito Santo atualizar em nós a Graça que nos sustenta e nos apontar o caminho que devemos trilhar rumo à santidade de vida, podemos então concluir que as Congregações Marianas, sendo fruto desse Espírito, são, consequentemente, caminho que pode levar ao céu.
Caminhando com Maria, ela que é “Mãe da Igreja, modelo e paradigma da humanidade” (DA 268), somos convidados a buscar conformar nossa vida à vida de Cristo, e, assim, morrermos aos poucos para que Cristo viva em nós e sua luz ilumine o mundo. Essa comunhão, conformidade de vida com Jesus, fez surgir dentro da família dos congregados marianos muitos homens e mulheres que, corajosamente, trilharam o caminho da santidade. E mesmo em meio às diferenças do tempo, à cultura de cada época, nesses mais de 400 anos de existência já se somam 62 Santos canonizados, 46 Beatos e um número ainda maior dos santos anônimos que, como soldados, revestem-se com a fita azul e empunham o Santo Terço, buscando em suas vidas fazer apenas o “que Ele vos disser” (Jo 2,5).
“Como mãe de tantos, Maria fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus a se experimentarem como família – a família de Deus” (DA 267).
Que Maria, a mãe do Belo Amor, Rainha do Mundo, nos ensine a caminhar! Ser "escolas vivas de piedade e vida cristã operante”, pois Ela é a inspiração da espiritualidade que mantém viva as Congregações Marianas ao longo dos séculos. Do Prata ao Amazonas, do mar às Cordilheiras, avante Congregados Marianos!