Paróquia São Marcos - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro -----------------------------------------------Reuniões todos os domingos após a missa de 18h

sábado, 19 de janeiro de 2013

Pedro Jorge Frassati – O Santo Congregado alpinista


os vários santos e beatos que as Congregações Marianas deram à Igreja, um que mais se aproxima do jovem atual talvez seja o jovem Pedro Frassati.
Esse jovem italiano típico da primeira metade do século XX ainda é atual para o jovem do século XXI: era descontraído, atlético, piedoso e sincero.
Pedro Jorge Frassati nasceu em Turim na Itália em 6 de Abril de 1901. Fé e caridade, as verdadeiras forças motivadoras de sua existência, o tornaram ativo e diligente nas redondezas onde ele viveu, em sua família e escola, na universidade e na sociedade; elas o transformaram em um jovem alegre e apóstolo entusiasta de Cristo, um seguidor apaixonado de sua mensagem e caridade.
Era filho do bem-sucedido empresário Alfredo Frassati, fundador do jornal “La Stampa”, ainda existente em Turim. Alfredo trabalhou de seu modo até atingir o sucesso, numa época de guerras e dificuldades. Alfredo também era embaixador da Alemanha e tinha grande influência política. Não era um homem muito religioso, e o resultado do seu sucesso conquistou uma boa posição na sociedade.
Em 1902 nasceu Luciana, a única irmã de “Dodo” (apelido familiar de Pedro) e desde a infância eram muito bons amigos. Quando começou a escola, veio parecer que ele, ao contrário da irmã, tinha algumas dificuldades em redação. O curioso é que muitas das suas mensagens vieram a nós em cartas escritas por aqueles que viviam com ele. Quando reprovou um ano, foi mandado para uma escola particular dirigida por padres jesuítas, onde ele pôde completar dois anos escolares em um.
Lá, ingressou na Congregação Mariana do colégio, em um momento de grande alegria para ele. “Era o mais bem-vestido e mais alegre de todos” disse um sacerdote na ocasião “afirmava que estar bem-vestido era uma homenagem à Virgem Maria em momento tão digno”. O aprendizado na Congregação o sustentou para todas suas atividades, tanto sociais quanto espirituais.
Mesmo os estudos não sendo fáceis para ele, decidiu ir para a universidade para estudar Engenharia de Minas, para poder ajudar os mineiros que precisavam de cuidados com suas saúdes, que tinham longas e duras jornadas de trabalho, geralmente mal remunerada, sendo mais uma oportunidade de ajudar os que precisavam de mais ajuda que outros. Isto, é claro, foi uma fonte de desgosto para seu pai, que via e esperava de seu único filho ser seu sucessor na direção do jornal. Com lágrima nos olhos, mas determinado, Pedro Frassati decidiu sacrificar seus planos pessoais para satisfazer seu pai.
O segredo de seu zelo apostólico e sua devoção deve ser buscado na jornada espiritual e ascética em que ele viajava; em oração, em adoração perseverante, mesmo à noite, diante do Santíssimo Sacramento, em sua sede pela Palavra de Deus, buscada em textos bíblicos; na aceitação pacífica das dificuldades da vida e da vida familiar; na castidade vivida como uma disciplina alegre e inflexível; em seu amor diário ao silêncio e no quotidiano da vida.
Certamente, olhando de forma superficial, o estilo de vida de Frassati, estilo de um jovem moderno e cheio de vida, não nos apresenta nada fora do ordinário. Esta, entretanto, é a originalidade de sua virtude que nos convida a refletir a respeito e nos motiva a imitá-lo.
Nele, a fé e os acontecimentos diários são harmoniosamente fundidos, fazendo com que a aderência ao Evangelho seja traduzida em amor e cuidados com os pobres e necessitados num crescer contínuo, até nos últimos dias da doença que o levou à morte, tal como um seu predecessor, o jovem Luiz de Gonzaga, um Congregado como ele, também jovem (faleceu aos 21 anos) e que infectou-se de tifo durante sua caridade com os doentes. 
Seu amor pela beleza e as artes, sua paixão por esportes e montanhas, sua atenção aos problemas da sociedade não inibiram seu relacionamento constante com o Absoluto. Não por menos o beato João Paulo II se apressou a beatificá-lo, pois o Papa também Congregado mariano era um desportista e montanhista como Pedro Frassati. Na região dos alpes italianos, Jorge Frassati veio a se apaixonar pela grandeza das montanhas que o rodeava, e encontrou grande prazer em fazer longas caminhadas e em escalar os altos picos, e nesta atividade, ele encontrou o domínio de si mesmo que é necessário para a verdadeira caridade. Sendo amigo por natureza, ele freqüentemente trazia em suas longas excursões muitos amigos, tanto homens quando mulheres, e fundou um grupo que era chamado satiricamente de “Os Sinistros” (“I Tipi Loschi”).
Ele cumpriu sua vocação como leigo cristão em muito envolvimento político e associativo numa sociedade em crescimento, uma sociedade que era indiferente e às vezes até mesmo hostil à Igreja. Enquanto crescia com o tempo e a desordem política que ascendeu na Europa se transformou na Primeira Guerra Mundial, o interesse de Pedro Frassati pelas questões políticas de sua nação cresceu fortemente. Ele registrou-se no PPP (Partido Popolare Italiano –Partido do Povo Italiano) em oposição à visão política de seu pai. Entretanto, seguindo a campanha de Alfredo Frassati, opôs-se ao envolvimento da Itália no conflito armado. Ele não admitia ser um simples observador: muitas fotos o mostram envolvido em reuniões e marchas políticas. Ele defenderia suas opiniões mas principalmente os direitos de todas as pessoas. Quando alguns fascistas dos “Camisas Pretas”1 tentaram apedrejar a casa de seus pais, ele a defendeu com seus próprios punhos e expulsou os intrusos. Quando o presidente estadunidense Wilson propôs a idéia da Liga das Nações, ele foi até a praça com uma bandeira, gritando “Viva, Wilson!”.
Neste espírito, Pedro Jorge obteve sucesso dando novos impulsos a vários movimentos Católicos, aos quais ele se uniu entusiasticamente, mas especialmente à Ação Católica, bem como à Federação de Estudantes Universitários Católicos Italianos, no qual ele encontrou o verdadeiro ginásio de seu treinamento Cristão e os campos corretos de seu apostolado.
A Ação Católica, criada pelo Papa Pio XI, foi à gênese de todas as Pastorais existentes na Igreja atual. Ainda existe na Europa e, no Brasil, o Clero a transformou em um sem-número de iniciativas particulares com nomes variados. Seu mote sempre foi a transformação cristã da Sociedade. O mesmo que as Congregações Marianas, mas sem o compromisso particular destas.
Na Ação Católica ele alegre e orgulhosamente viveu sua vocação Cristã e se esforçou para amar Jesus e vê-Lo em seus irmãos e irmãs que ele encontrava em seu caminho, ou naqueles que ele buscava em seus lares de sofrimento, marginalização e isolamento, para ajudá-los a sentir o calor de sua solidariedade humana e o conforto sobrenatural da fé em Cristo. Sua aptidão natural para liderança, seu entusiasmo e sua sincera preocupação com seus companheiros foram um exemplo e um caminho que eles deveriam seguir e alguns de seus amigos também o ajudaram nos trabalhos de caridade que ele conduziu, sem fanfarra e sempre espontâneo, por ter visto no sofrimento a imagem de Jesus Cristo. É sabido que numa ocasião, no frio do inverno, ele deu seu único casaco a um homem que não tinha um. Ele economizava todo o dinheiro que tinha e, mesmo que tivesse que andar muito, ia a alguma favela de sua cidade, e dava o que ele tinha para aqueles que estavam em maiores necessidades. Tudo isto era feito com seu bom humor natural, porque Pedro nunca entendeu caridade como uma obrigação, mas sempre como uma escolha pura e espontânea feita pelo amor a Deus.
Pedro não pode continuar para dirigir o jornal de seu pai, pois repentinamente ficou muito doente e morreu de poliomielite em aos 4 de julho de 1925, em dor profunda, mas sem se queixar. Uma vida que foi extraordinariamente completa com frutos espirituais, partindo para sua “pátria verdadeira e cantando louvores à Deus”.
Foi apenas após sua morte que seus pais compreenderam a coragem e a generosidade de seu filho, pois o nome de Pedro Jorge Frassati atravessou rapidamente através das comunidades pobres e milhares de pessoas se reuniram no seu funeral para dar seu último adeus para este simples homem que sempre deu uma mão a elas quando mais precisaram e, acima de tudo, as deu também, esperança.
Em 1990, milhares de jovens de todas as partes do mundo se reuniram na Praça de São Pedro para ver a cerimônia de beatificação deste homem exemplar, o qual foi chamado de Homem das Bem-Aventuranças pelo papa João Paulo II:
Ele deixou este mundo muito jovem, mas fez uma marca em todo o nosso século, e não apenas em nosso século. Ele deixou este mundo, mas no poder da Páscoa de seu Batismo, ele pode dizer a todos, especialmente às gerações jovens de hoje e amanhã: ‘Você me verá, porque eu vivo e você viverá’ (Jo14,19).Estas palavras foram ditas por Jesus Cristo quando ele deixou seus Apóstolos antes de passar por sua Paixão. Gosto de pensar nelas como se estivessem se formando nos lábios de nosso próprio novo Abençoado como um convite persuasivo para viver de Cristo e em Cristo. Este convite ainda é válido, é válido hoje também, especialmente para os jovens de hoje, válido para todos. É um convite válido que Pedro Jorge Frassati nos deixou.2
Oração ao Beato Pedro Jorge Frassati – I
Ó Pai, Tu deste ao jovem Pedro Jorge Frassati a jóia de encontrar Cristo e de viver a sua Fé com coerência ao serviço dos pobres e doentes. Pela sua intercessão, concede-nos também a nós sermos como ele puros, santos e de beatitude evangélica e imitar a sua generosidade para difundir na sociedade o Espírito do Evangelho. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Oração ao Beato Pedro Jorge Frassati – II
Ó Deus misericordioso, que entre as insídias do mundo, com a vossa graça, vos dignastes conservar o Beato Pedro Jorge Frassati, puro de coração e ardente em caridade, ouvi, nós vos suplicamos, as nossas preces e, se estiver nos vossos desígnios, que ele seja glorificado pela igreja, mostrai a vossa vontade concedendo-nos a graça que vos pedimos ( … ) por sua intercessão, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, Amém ! 
________________________________________________ 
1- A Milícia Voluntária para a Segurança Nacional foi um grupo paramilitar da Itália fascista que posteriormente foi uma organização militar. Devido a cor de seu uniforme, seus membros ficaram conhecidos como camisas negras (em italiano: Camicie nere). Sua atividade está enquadrada a partir do período entre-guerras até o fim da Segunda Guerra Mundial. Os camisas negras foram organizados por Benito Mussolini como uma violenta ferramenta militar do seu movimento político. Os fundadores foram intelectuais nacionalistas, ex-oficiais militares, membros especiais dos Arditi e jovens latifundiários que se opunham aos sindicatos de trabalhadores e camponeses do meio rural. Seus métodos tornaram-se cada vez mais violentos a medida que o poder de Mussolini aumentava e usaram da violência, intimidação e assassinatos contra opositores políticos e sociais. Entre seus componentes, muito heterogêneo, incluíam os criminosos e oportunistas em busca da fortuna fácil.
2- homilia do Papa João Paulo II na ocasião da Beatificação de Pedro Jorge Frassati.
Eduardo Caridade cm
Fonte: http://www.cncmb.org.br/

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Jornal "Testemunho de Fé"

A Edição Atual do Testemunho de Fé traz uma matéria sobre o "Jamigos de Natal"

Parabéns ao pessoal do JAM!

Para ver a edição on-line do jornal acesse aqui: http://www.bancadigital.com.br/otestemunhodefe/reader2/

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

450 anos das CCMM - Os primeiros congregados

No livro, História da Companhia de Jesus, de autoria do Padre Francesco Sacchini,SJ (±1625), são retiradas algumas anotações, que são de grande valia aos congregados marianos de hoje, para refletirem, quatrocentos e cinquenta anos depois, nas suas congregações, como foi a nossa fundação no Collegio Romano.

Afirmava o Pe. Sacchini: – No ano em que estamos neste momento envolvidos [1563] um Pio Sodalício havia começado entre os alunos de João Leunis, um Mestre belga, que lecionava entre os alunos da classe mais baixa, ou seja, aqueles que estavam iniciando os estudos. Acima destes, vinham os alunos da Retórica, contados entre os das classes mais altas.

Assim, os membros das classes mais baixas que tinham um desejo especial para unir a piedade com os estudos literários começaram a se encontrar todos os dias, em seus horários de folga, em uma das salas de aula. Onde, tinham um altar lindamente decorado. Todos empenhados em oração por algum tempo, a partir de uma leitura de um livro de piedade que possuíam. Aos domingos e feriados, eles cantavam as Vésperas na forma regular eclesiástica com canto moderado. Essa foi à origem das Congregações Marianas que, mais tarde, irão se dedicar à Virgem Maria, em particular, e formados de acordo com regras estabelecidas, irão se espalhar por todo o mundo para o bem da juventude e outros.

Em 1566, havia 935 alunos no Collégio Romano. Neste ano, ou seja, três anos após a criação do sodalício (congregação mariana), cerca de 250 alunos já haviam participado deste grupo criado pelo Pe. Leunis. Tendo em conta que os alunos nesse período no Colégio terminavam as classes mais baixas, já com 16 anos de idade, parece provável que os primeiros membros da Congregação foram amplamente meninos entre as idades de 9 e 16 anos.

Agora, o grupo da Congregação não é perfeitamente mantido nos primeiros anos, mas “cerca de 70” dos congregados que tinham sido membros no primeiro ano, se mantiveram firmes. A lista inicial contém nomes de 51 congregados. No entanto, mais 28 nomes, foram acrescentados. E estes parecem ser a primeira admissão de membros, da congregação mariana, que ocorreu no ano de 1564.

O primeiro prefeito (presidente) foi o Marquês de Tibério Massimi, quatro vezes prefeito. Entre os primeiros membros, registramos os alunos Marian, mais tarde Cardeal, Pierbenedetti e Celso, mais tarde Bispo, Paci, os dois foram prefeitos em 1575. Também nessa lista constam Otávio Accoramboni e Guarnerius Trotti, ambos se tornaram bispos, e Fabius Fábios, que mais tarde, ocupou cargos importantes na Sociedade de Jesus, exceto o generalato, os alunos Croce Luís, João Francisco Contardo, Hipólito Voglia e Hannibal Terzi, se tornaram sacerdotes jesuítas. Outros 13, entraram no clero diocesano, mas deve-se afirmar que o Collegio Romano não era um colégio para estudantes clericais. Balthasar Vergari tornou-se um médico e os três membros da família Pamphili, como os restantes 48 congregados pioneiros, mantiveram-se no mundo todas as suas vidas.

O então diretor, padre Prosper Malavolta, escreveu ao Secretário da Companhia de Jesus em 14 julho de 1564, o seguinte: “Como já fiz menção da piedade de nossos alunos, vou acrescentar que uma boa parte deles, especialmente das classes mais baixas, fundaram uma sociedade e quero coloca-los sob o patrocínio da Virgem. Possuem um regra, que é de se confessarem em cada semana e participarem da comunhão geral no primeiro domingo de cada mês. Eles participam das missas diariamente, e recitam orações a Nossa Senhora. Após as aulas, que terminam no final da tarde, eles se reúnem em uma capela que eles têm no Colégio e de joelhos meditam por uma hora e meia, em seguida, refletem sobre o que fizeram naquele dia. Na Capela do mesmo, mas mais magnificamente adornado, eles cantam, nos dias de festa, a Missa e Vésperas com um tipo agradável de música, ouvem sermões e fazem visitas aos pobres e visitam as relíquias dos santos para ganhar as indulgências“.

No início cerca de 70 alunos, todos meninos, entraram para a Congregação. Para garantir o sucesso, sob o favor de Deus, um dos Padres do Colégio esteve à frente da Congregação por todo tempo. Eles elegem um prefeito (presidente) entre os membros com maior conhecimento e mais velho. Seu primeiro dever é escolher 12 chefes de divisão e dar-lhes encargos, tantos quanto forem necessários a Congregação, para evitar, na medida do possível, qualquer conduta indigna ou negligência nos estudos.

Que as informações deste estudo animem e encoraje os congregados marianos de hoje, a um sentido da busca da santificação.

Salve Maria!

Eduardo Caridade